10 de outubro de 2009

Filmes da Pixar

Arrisco fazer um Top 3 dos filmes lançados pelo estúdio.


Aproveitando o lançamento de Up, resolvi listar o meu Top 3 de filmes do estúdio Pixar, estúdio de animação que hoje pertence ao grupo Walt Disney. Primeiro a lançar um longa metragem em computação gráfica, revolucionando o modo de contar histórias para o público infantil.

Mas o grande trunfo foi a apostar em histórias que alcançassem não só as crianças. A Pixar atinge jovens e adultos com a mesma facilidade que os pimpolhos. Tudo isso por conta de histórias que encantam e nos lembram o quanto a vida é bacana quando acreditamos e temos sonhos.


Começou como uma divisão da LucasFilm, de George Lucas e foi comprada em 1986 por Steven Jobs, co-fundador da Apple.

Conhecida antes pelo nome de Graphics Group, a desde então Pixar, atuava como desenvolvedora de hardware. Seu maior cliente eram os estúdios Disney. Mais tarde, foi desenvolvido seu primeiro software, o CAPS, que permitia a colonização de animação no computador.

Afim de alavancar as vendas no setor de hardware, John Lassetter produzia curtas animados. Até então Lassetter era um mero funcionário.

Em 1991, Jobs vende a Pixar. E após demissões em massa (entre elas a de Lassetter), a Disney fecha um contrato para três longas animados apostando no que era criado ali.

O primeiro deles foi Toy Story. O resto é hoje história.

Se você quiser saber em detalhes essa história, assista ao documentário The Pixar Story. É empolgante. Abaixo, o meu Top 3:

1º Toy Story (1995)

Não bastasse ter entrado para a história como a primeira animação bem sucedida da história do cinema, Woody e companhia arrecadaram em torno de 358 milhões de doláres no mundo!

O filme apresenta um mundo onde os brinquedos tem vida. E no quarto de Andy, menino de 08 anos, Woody (voz de Tom Hanks no original), xerife de pano que é o brinquedo preferido do garoto, tem que se deparar com um concorrente pela preferência.

Chega então ao quarto Buzz Lightyear (voz de Tim Allen no original), um astrounauta que não tem consciência de que ele é um brinquedo e que acaba tomando o lugar de Woody. Após um acidente Buzz e Woody acabam parando na casa de Sid, vizinho de Andy, e destruidor de brinquedos.

Bom, acho que é difícil encontrar alguém que não tenha assistido-o. A empolgante aventura do cowboy e do astronauta criou uma das duplas mais íconicas do cinema.

O confrontamento das diferenças em pró do bem comum, o poder da amizade, o medo do desconhecido, o questionamento sobre o futuro, a aceitação de quem se é. Esses são apenas alguns dos vários componentes que montam esse belissímo quebra-cabeça que ganhou uma excelente continuação em 1999 (a única até então da Pixar).

Dirigido por John Lassetter e roteiro de Joss Wheldon (Buffy e Angel) e Andrew Staton, Toy Story e foi indicado a três Oscars (Trilha Sonora em Comédia, Roteiro Original e Melhor Canção) e duas ao Globo de Ouro (Melhor Filme de Comédia e Melho Canção).

2º Wall-E

Uma história de amor entre robôs era considerada uma aposta arriscada por muitos. Mas ai a Pixar prova que não é preciso palavras pra transmitir sentimentos. Os primeiros minutos de Wall-E são os mais belos que já vi no cinema. E com poucas frases, vamos entendendo a história.

A Terra está com niveís de poluição insuportáveis para a continuidade da vida humana. A população do planeta é transferida para a nave chamada Axion. E de lá, são monitorados os Wall-E (sigla para Waste Allocation Load Lifters - Earth-Class, em português, Levantadores de Carga para Alocação de Lixo - Classe 'Terra').

Mas 700 anos depoois, sobra apenas um desse pequenos robozinhos que foram programados para efetuar a limpeza. E nessa quase solidão total (pois é acompanhado por uma simpática barata), Wall-E vai criando personalidade e vai aprendendo mais sobre o mundo que foi abandonado. Todos os dias vai recolhendo aquilo que lhe agrada e guarda em seu abrigo. Assim ele conhece um pouco mais a cada dia daqueles que lhe deram vida.

Eis que um dia é mandada a Terra uma nave e dela sai EVA (Examinadora de Vegetação Alienígena - EVE em inglês). A robô, que é mais desenvolvida que Wall, vem com o intuito de encontrar algo que comprove a melhora no ambiete.

Ao encontrar uma plantinha com Wall, EVA é "resgatada" pela nave que havia lhe deixado na Terra afim de levar a platinha como confirmação de que as condições para a vida estão restabelecidas.

Nesse tempo, Wall vai descobrindo um sentimento diferente e fará de tudo para viver isso ao lado de sua paixão, mesmo que para isso ele tenha que arriscar sua vida! Se você ainda não assistiu esse filme, prepare-se. É uma linda história de amor, mas ao mesmo tempo uma critíca ferrenha aos hábitos do ser humano. E como a tecnologia e as modormias do mundo moderno acaba com muito mais do que o planeta.

Uma obra de arte. Não tenho outra definição para descrevê-lo.

O filme é dirigido por Andrew Stanton (Prourando Nemo) e tem roteiro do próprio Stanton junto com Pete Docter (Monstros SA). Foi prêmiado com o Oscar, Globo de Ouro e o BAFTA de Melhor Animação do ano de 2009. E também o Grammy de Melhor Canção Original.

3º Carros

É simples: Carros é o filme que todos que gostam de velocidade esperavam. Comédia, uma pitada de drama e muita velocidade. Ingredientes que aliados ao nível de animação do estúdio, deu no que deu.

Deram vidas aos carros e os colocam no contexto onde no mundo, só existem eles! E você até esquece. O grande trunfo da Pixar e criar personagens que mesmo nos contextos mais "absurdos", encantam e conquistam todos.

A história conta de Lightning McQueen, popstar das pistas de corrida, que ao se perder de sua equipe vai parar na pacata cidade de Radiator Spings à beira da famosa Rota 66 (Route 66). Lá conhece os seus habitantes, forçado por ter sido preso pelo xerife de Radiator, Doc Hudson, outrora fera das pistas. O interesse romântico aparece quando conhece a Porche Sally Carrera e se torna o melhor amigo de Mate, um guincho muito gente boa.

Ali, McQueen descobre que o que importa não é a vitória e sim, o caminho trilhado até ela. E como sempre, uma crítica nada sútil ao American Way e a perda das raízes que o progresso desenfreado causa no país.

Um dos mais divertidos longas dos estúdio, destacando Mate e seu sotaque caipira (que na dublagem nacional é perfeito!), Carros é mais uma lição da Pixar em como equilibrar comédia e drama sem exageros.

O filme tem direção de John Lassetter (Toy Story) e roteiro de Dan Fogelman e Dan Gerson.

Confesso que foi muito difícil fazer essa lista. Todos os filmes da Pixar (com excessão do Vida de Inseto) são fenômenais. Mas esses três foram os que mais representaram o que acredito ser cinema de qualidade.

Afinal de contas, animação não é mais coisa de criança.
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