4 de setembro de 2016

Cinema | Esquadrão Suicida

Filme da DC tinha tudo para ser um marco, mas tropeça com a faca e o queijo na mão.
E finalmente resolvi parar, refletir e escrever sobre esse, que na minha opinião, foi a maior decepção dos últimos tempos com relação a um filme de super-heróis.

Dito isso, e aquém de todas as confusões que envolveram a produção e que pipocam desde o seu lançamento até hoje, um mês depois do seu lançamento, é visível que o diretor e roteirista David Ayer se perdeu em algum momento...e não foi muito.

O contexto em qual o grupo foi inserido, logo após os eventos mostrados em Batman vs Superman. se apresenta com uma perfeita adição a esse universo que a DC finalmente começou a desenhar depois do excelente Homem de Aço. E tinha tudo para dar certo.
Antes de mais nada, é importante dizer que o filme não é ruim. Tem boas cenas de ação, algumas piadas aqui, um caminho interessante a ser seguido ali. Mas sei lá...faltou. Faltou consistência no roteiro, faltou coragem para arriscar mais...já que era pra seguir a mesma linha da sua contra-parte da Marvel, faltou algo.

Personagens para isso não faltam. Depois da suposta morte do Superman, Amanda Waller (Viola Davis) leva ao governo americano o projeto em que pretende montar uma força-tarefa, capaz de reunir os piores entre os piores vilões para missões consideradas suicidas. Após as negociações necessárias, a apresentação de Dexter Tolliver (David Harbour) com as mesmas questões levantadas em BvS, convence a autorização para o projeto.

Começa então o "recrutamento" da equipe e a apresentação na poderia ser mais cafona e piegas...sério, só faltou a música dessa montagem aqui:

E assim somos apresentados a equipe que será "liderada" por Rick Flag (Joel Kinnaman): Floyd Lawton/Pistoleiro (Will Smith), Drª F. Harleen Quinzel/Arlequina (Margot Robbie), George "Digger" Harkness/Capitão Bumerangue (Jai Courtney), Waylon Jones/Crocodilo (Adewale Akinnuoye-Agbaje), Chato Santana/El Diablo (Jay Hernandez), Christopher Weiss/Amarra (Adam Beach), June Moone/Magia (Cara Delevingne) e Tatsu Yamashiro/Katana (Karen Fukuhara).
Após a apresentação da ameaça e ao foco evidente à história do Pistoleiro e seu ódio pelo Batman (Ben Afleck) e para a Arlequina e sua relação de loucura/abuso com o Coringa (Jared Leto) que se tornou o destaque, mas pelos motivos errados, o filme segue o caminho do óbvio.

Nem adianta entra mais no que o enredo entrega, pois as variedades e nuances que a diversidade do grupo, uma das características mais bacanas e exaltadas nos três trailers principais que foram divulgados durante a promoção, morreram no filme! Fica claro o destaque para as principais estrelas e os total descanso na falta de construção do roteiro com os outros personagens, que ainda assim, graças ao carisma de Jai Courtney e o talento de Jay Hernandez trazem destaque além do arco da Arlequina e do Pistoleiro.

A decepção maior com o filme foi pela perda do potencial que ele tem. Ok, sabíamos desde o início que pelas participações de Batman e o destaque ao Coringa, os dois seriam os rostos principais, mas ainda assim, tem por culpa do roteiro confuso e apressado, frases de efeito vazias e que arrancam aquele sorriso amarelo, quando não há nada pra justificar aquilo.
As poucas cenas que empolgam, como uma sequência em que o Pistoleiro se torna o líder natural da bagunça, dão aquela falsa esperança de que o filme vai engrenar, mas um problema chamado ritmo de narrativa não deixava. E também havia um outro problema, chamado Coringa que ecoava por todo o filme.

As expectativas para a primeira aparição do Palhaço do Crime após a estupenda e premiada atuação de Heath Ledger, não pareciam ser grandes o suficiente para atrapalhar Jared Leto. Talento ele tem, mas o maior problema que vejo foi a má utilização do personagem, que nunca fez parte do Esquadrão e que aparece somente como algo que justifica as atitudes e comportamento da Arlequina.

O que poderia ser a cereja no bolo, acabou se tornando um incomodo, maior ainda quando veem a tona a enorme quantidade de cenas cortadas e as intromissões no roteiro de Ayer que apagaram o personagem. E com certeza o que fica claro que é a expectativa que foi criada antes do lançamento do filme.
De enorme potencial, a versão final do filme acaba se tornando só mais um filme comum, esquecível pelo seu roteiro picotado, edição confusa e uma trilha sonora mais alta do que os diálogos que realmente importavam.

Nem mesmo o easter-eggs, os fan services e as participações de dois dos grandes heróis da DC durante o filme, elevam o nível. O que é uma pena. Culpa da minha expectativa exacerbada? Com certeza, pois o filme diverte e algumas cenas e diálogos salvam a equipe do desastre total.

A DC parece ter achado o seu caminho. Já sabe que a identidade criada pelos filmes de Snyder não pode ser descartada e tentar emular o humor visto nos filmes da Marvel não vai funcionar. Com um elenco desses, não é aceitável fazer um filme mediano. Will Smith, Margot Robbie e Viola Davis arrebentam e salvam o filme. Mas só isso não basta.
Um pouco de ousadia e coragem talvez fizessem com que a identidade da equipe fosse melhor apresentada. E mais tempo de tela ao Coringa de Leto talvez fizessem jus ao talento do ator. Resta agora esperar pela continuação, já planejada devido a bilheteria incrível e confesso, surpreendente.

Não receio pelos futuros lançamentos, mas definitivamente a DC precisa aceitar que seus filmes funcionam de uma forma e não é fazendo a sua versão de Guardiões da Galáxia que ela irá acertar a mão.

Avaliação do ALTER EGO:






TRAILER:

FICHA TÉCNICA:
Esquadrão Suicida (Suicide Squad) - 2016 - 130 min. - EUA/Canadá - Ação/Aventura/Fantasia
Direção: David Ayer
Roteiro: David Ayer
Elenco: Will Smith, Jared Leto, Margot Robbie, Joel Kinnaman, Viola Davis, Jai Courtney, Karen Fukuhara, Jay Hernandez, Adewale Akinnuoye-Agbaje, Ike Barinholtz, Scott Eastwood, Cara Delevingne, David Harbour
Site Oficial: http://www.esquadraosuicidafilme.com.br/



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