30 de setembro de 2016

Desventuras | Ser Como Água (ou porque não dar voadoras no ônibus)

Existe sempre um momento em que precisamos calar. Não deixar de ter opinião, isso nunca! Mas tirar uma pausa para organizar os pensamentos, se tornar um ser mais crítico com relação a nossas certezas e ai sim, discutir, argumentar e defender posições.

Faz parte do mecanismo que move essa engrenagem chamada vida.

Mas mais que organizar pensamentos, uma faxina se faz necessária. E talvez, por restarem  pouco menos de uma semana para uma das maiores trocas de ciclo na vida de uma pessoa, sinto que já refleti e organizei o que precisa. Além disso, a faxina, é claro, se faz necessária.

Rever certezas, aceitar opiniões, respeitar diferenças e evoluir. Talvez seja esse o sentido que nos faz a cada dia mais, lidar com situações que nos desafiam a ser mais do mesmo, ou melhor do que o mesmo. Cito como exemplo disso a vontade enorme que tenho que dar uma voadora nas pessoas que ficam na porta do ônibus, mas não irão descer.

Para você que não utiliza o transporte público, talvez seja difícil de entender que o maior desafio de se viver em sociedade está na utilização desse serviço. Talvez a comparação se faça com relação ao "caos" em que motoristas se metem por conta do trânsito dos centros urbanos. Mas voltando a questão da evolução...

Levo comigo uma lição: para se ter respeito, é preciso respeitar. Mas talvez, a falta de educação - e não me refiro a acadêmica, e sim a de caráter - justifica em muito o desrespeito pela forma como as pessoas utilizam o transporte público, o ônibus no meu caso. O fato de uma pessoa se colocar como um bloqueio à passagem de outros mostra que ela não teve nenhuma lição que lhe fosse suficientemente importante para que ela perceba que porra, se você não vai descer, não obstrua o caminho alheio.

Mas voltando ao quesito evolução (nada a ver com a apuração de uma escola de samba), sempre tive vontade, uma vontade primitiva, de bater de frente com esse(s) ser(es) que fica(m) na frente da porta de saída. Mais para entender o porque de tamanha ignorância do que parte de fato para a agressão...mentira! A vontade é de dar uma voadora para que a pessoa sai junto comigo pela porta e aprenda...MAS, ai entra o "x" da questão.

A evolução de aprendizado me mostra que é sim, possível respeitar essa pessoa que talvez, só esteja tendo um mal dia ou ansiosa para chegar ao seu destino. Pode ser isso, ou nada disso, mas a quem importa? O que importa é o fato de compreender que não é porque a ignorância e falta de educação existe do outro lado, que tenho que ser reflexo disso. Logo, respiro fundo, penso e decido ser apenas uma pessoa que fala "com licença", em alto e bom som, para que a pessoa entenda o pedido de passagem, e sigo meu caminho.

A analogia com relação as atitudes que se toma dentro do transporte público não são nem um pouco fictícias. Erramos e erraremos sempre que tentarmos lutar contra algo que não entendemos. Logo, entender isso torna a vida menos complicada. E ai, lidar com o desconhecido e o estranho, se torna muito mais simples, ou menos difícil.

Com certeza essa é a maior lição que aprendi durante esses 20 e poucos anos, que começo a deixar com a sensação de que essa minha nova década só me estimula ainda mais a continuar evoluindo. E depois de uma faxina, tanto espiritual quanto física, o espaço no HD emocional tem mais alguns terabytes para continuar a mover essa engrenagem com foco no que realmente me importa.

E mais do que nunca, a lição do Bruce Lee que mais me carrego comigo (e que relembrei graças a esse vídeo aqui do Manual do Homem Moderno) sempre se faz necessária.

Segue o trecho da "entrevista perdida" do Bruce Lee onde ele entrega uma das mais valiosas lições que eu já aprendi:


Portanto, evoluir consiste em se adaptar da melhor forma possível as situações adversas. Logo, não tem porque dar uma voadora nesse(s) ser(es) que fica(m) na frente da porta de saída do ônibus. E mesmo que às vezes uma escorregada ou outra aconteça, melhor coisa de envelhecer é saber que você nunca vai ser perfeito. E ainda bem, porque aprender coisas novas é uma das melhores coisas que a vida tem traz...e olha, de graça!



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